Pular para o conteúdo principal

Como chefes conseguem vencer a resistência a mudança

São Paulo – Por melhor que seja a estratégia de nada ela vai adiantar se não sair do papel. Quando falta o engajamento da equipe, tornar realidade uma mudança ou uma nova ideia é praticamente impossível. Ana Pliopas, sócia do Hudson Institute of Coaching no Brasil, diz que lidar com a resistência é um dos maiores desafios dos gestores.
A relutância pode ser explícita, por meio de críticas diretas e negação, ou velada, com atitudes passivo resistentes. O primeiro passo indicado pela especialista é perceber os sinais de oposição que a equipe deixa transparecer. Ela sugere que chefes adotem o modelo proposto por Rick Mauer no livro “Beyond the Wall Of Resistance” que pressupõe curiosidade e abertura ao diálogo para identificar as posturas típicas de resistência. Ela se apresentam em três dimensões:
Publicidade
1. “Não entendo”
O primeiro nível pode revelar que há constrangimento em perguntar ou que há discordância das implicações da mudança, segundo a sócia do Hudson Institute of Coaching.
O trabalho requerido ao gestor é de comunicação sobre motivos da alteração de rota e pontos positivos que a mudança proposta deverá trazer. “Às vezes a pessoa entende que há algo na mudança que pode prejudicá-la e, em vez de forçar uma situação, o gestor deve conversar”, diz Ana.
2. “Não gosto”
Na segunda dimensão, a resistência do funcionário pode revelar que há receio a respeito do impacto da mudança. Explicar o potencial positivo e falar abertamente sobre os riscos é caminho sugerido pela coach. “Implementar um novo sistema, por exemplo, pode trazer um risco de perda de necessidade de algumas posições na empresa. E o gestor precisa lidar com isso de forma explícita”, diz Ana.
Uma alternativa, diz a especialista, para esse caso que ela cita, é a criação de plano de desenvolvimento para os profissionais que terão seus cargos afetados pela mudança. “Assim, as pessoas poderão fazer outras coisas”, diz. O importante, de acordo com ela, é oferecer algum tipo de incentivo para que funcionários se mantenham engajados.
3. “Não confio”
É a situação mais delicada que um gestor pode enfrentar no ambiente de trabalho e requer dele investimento na criação ou recuperação de laços de confiança. “Não é imediato, demora”, diz Ana. 
Se no nível 1 a grande sacada é melhorar a comunicação e no nível 2 é oferecer algum tipo de incentivo, neste nível é a consistência da atuação que vai fazer a diferença, segundo a especialista. “O gestor precisa ser coerente para começar a conquistar a confiança”, diz Ana.
Transparência é um componente essencial nesse processo. Falhar em relação à postura anterior (não gosto) também leva gestores a enfrentar esse terceiro nível de resistência. “Se ele diz que ninguém vai perder o emprego e a empresa reduz, sim, o quadro de funcionários, vai perder a credibilidade”, diz Ana.

“O segredo é ouvir e explicar”, diz gerente de RH

“A única certeza que nós temos é a mudança. O que é preciso é deixar claro para onde estamos indo e porque está havendo a alteração”, diz Natália Relvas, gerente de RH da Imovelweb.
Ela diz que, na empresa, a transparência e a valorização da capacidade de ouvir o outro são as principais armas para combater a inércia. “Sempre explicamos o motivo e quando há qualquer alteração convocamos os funcionários para explicar qual é o plano e porque estamos seguindo por este caminho”, diz Natália.
A política de portas abertas na Imovelweb e a estratégia de comunicação interna são ações que, segundo a gerente de RH, ajudam a remover barreiras e aproximar os gestores da equipe.
Lá qualquer funcionário tem acesso aos diretores da empresa e pode opinar e comentar sobre os rumos da empresa no portal na intranet da Imovelweb. “ Aqui eles sentem que há abertura. O funcionário se desmotiva quando sente que não tem com quem conversar”, diz Natália.
por Camila Pati, de Exame.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O mercado de trabalho e a sociedade atual

O trabalho existe desde a antiguidade onde as pessoas trabalhavam para sobreviver, a necessidade de comer, de ter onde dormir era o que determinava a necessidade de trabalhar. Hoje em dia graças a  evolução humana e tecnológica, as características do trabalho mudou,assim como a visão do empregador e as chances de quem está a procura de um trabalho. As pessoas atualmente têm melhores e maiores chances de encontrar um bom trabalho, diferentemente de antigamente onde não existiam muitas opções. Hoje temos um mercado de trabalho altamente competitivo e que busca não somente por um funcionário e sim por pessoas que estejam realmente dispostas a aprender,a crescer e a se qualificar. A sociedade atual busca por pessoas pró-ativas, que tenham boa vontade, disponibilidade e queiram de fato um bom trabalho. Os funcionários que se sobressaem hoje no mercado de trabalho são aqueles que querem trabalhar e não apenas aqueles que precisam,quem somente precisa estaciona. Pará no tempo, se contenta

Trabalho em equipe estimula a produtividade

Parece que fica sempre muito complicado vencer as resistências, que incluem desmotivação, falta de liderança, rotinas, desconfiança e sistematização de normas que restringem a criatividade. A c omunicação deficiente e ineficaz costuma ser o maior e mais forte dos impedimentos. Os estilos pessoais e modelos mentais diversos criam, algumas vezes, impedimentos para os bons resultados esperados pela equipe. Quando não acontece a boa comunicação, as potencialidades de cada um são empobrecidas. Com um olhar especial, essa diversidade pode ser o que garante à equipe uma visão mais rica e eficaz. É nessa diversidade que as equipes se enriquecem. Um bom líder sabe observar as diferenças e utilizar as visões para fortalecer o potencial do time. Ele utiliza cada parte em benefício do todo. Dentro de uma equipe, alguns gostam de ler, pesquisar; outros têm muitas ideias; outros preferem ir diretamente à ação; alguns planejam antes de agir enquanto outros se divertem com a experimentação. H

Como conviver com pessoas falsas no trabalho?

Especialista dá dicas de como identificar e conviver com essas pessoas. Saiba como agir para não criar situações ruins no trabalho. Em tempos de mercado de trabalho com déficit de vagas e excesso de profissionais em busca de emprego, vale usar diversas estratégias para ganhar destaque e se manter no emprego. Segundo Madalena Feliciano, diretora de projetos da empresa Outliers Careers, entre as táticas usadas está a falsidade. Mas como identificar que uma pessoa está sendo falsa com os colegas no ambiente de trabalho e até deseja puxar o tapete deles?  Segundo a especialista, a pessoa falsa pode se passar por alguém gentil e prestativo. Porém, também é possível perceber que ela fará fofocas de colegas ao mesmo tempo em que ela tentará ser simpática e bajuladora. “A falsidade pode ser consequência de uma baixa autoestima ou até mesmo de uma necessidade de tentar parecer o que não é. Se você já se lembrou de alguém assim, pode desconfiar que essa pessoa só pensa nela me