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Os erros que impedem a sua contratação

Com farta oferta de mão de obra à disposição, recrutadores se tornaram mais exigentes. Assim, gafes que antes poderiam ser relevadas acabam se tornando critério de eliminação. Confira quais são para evitá-las

Às vezes, o profissional até tem as competências necessárias para uma vaga de emprego e, se fosse escolhido, teria bom desempenho. Nada disso adianta, porém, se ele não souber demonstrar isso no currículo e na entrevista. Confira equívocos que podem atrapalhar a admissão

Com cerca de 13,4 milhões de desempregados no país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a disputa por vagas de trabalho se torna cada vez mais acirrada. “Há muitos candidatos por vaga, por isso as seleções se tornaram mais rigorosas”, analisa Bianca Machado, gerente do site de empregos Catho. Detalhes que antes poderiam passar despercebidos ou ser aceitos por recrutadores, hoje podem fazer a diferença entre conseguir ou não uma oportunidade. Assim, prestar atenção para evitar erros bobos é primordial para ter sucesso na busca por emprego. Afinal, os empregadores contam com farta oferta de mão de obra à disposição; então, a fim de escolher os melhores, aumentam o crivo das seleções.

E não basta ser capacitado para o cargo para ter sucesso: é preciso demonstrar isso ao empregador. E há gafes que põem tudo por água abaixo. “O aumento da taxa de desemprego tem tudo a ver com o cenário econômico do país. No entanto, a falta de aptidão para encarar uma seleção com certeza colabora para essa alta”, afirma a gestora de carreiras Madalena Feliciano, CEO da Outliers Careers. Isso porque há pessoas que, mesmo sendo boas trabalhadoras, não costumam demonstrar isso ao concorrer por uma vaga. Confira aqui dicas para evitar que isso aconteça com você ao aprender como escapar de descuidos imperdoáveis.

A primeira peneira: o currículo

O primeiro momento em que o candidato pode cometer um erro capaz de tirá-lo de uma seleção é na elaboração e no envio do currículo. Gerente do site de empregos Catho, Bianca Machado alerta para a importância de levar a preparação do CV a sério. “O currículo é um roteiro para o recrutador saber o que avaliar, por isso precisa ser bem elaborado e formatado. Na hora de selecionar para as próximas etapas, conta muito”, diz. 

Pós-graduada em gestão estratégica de vendas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bianca afirma que vários elementos frequentemente encontrados nos documentos são julgados como erros pelos avaliadores. “Vemos muitos com foto (que só deve ser inserida se a vaga pedir), informações e características pessoais”, esclarece.

É o caso de citar atributos como proatividade e organização. “Essas particularidades são avaliadas na entrevista pessoal”, alerta. Caso queira transmitir suas habilidades comportamentais por meio do documento, o caminho está em relatar resultados alcançados ou experiências que deixem claras suas competências, em vez de dizer que você é isso ou aquilo. Professor de fundamentos de recursos humanos na Universidade Católica de Brasília (UCB), Átila Câmara considera que não é exatamente errado inserir informações pessoais e comportamentos, mas é algo que pode tirar o foco do que importa.

“As atitudes e a aparência são checadas em outras etapas. Durante a avaliação do currículo, o que interessa é: formação acadêmica, cursos extracurriculares e técnicas dominadas”, esclarece. “Assim, o documento se torna claro e cativante e o candidato tem mais chances de ser selecionado para uma entrevista”, diz. Por isso, o docente ressalta a importância da objetividade. “Foco e assertividade são as principais características de um bom currículo. Destaque técnicas, experiências e diferenciais, como cursos extracurriculares e habilidades”, indica. Um arquivo dessa maneira é o sonho de consumo dos recrutadores.

No entanto, de acordo com Madalena Feliciano, gestora de carreiras da IPC (Instituto Profissional de Coaching), a maioria dos currículos recebidos deixa a desejar. “Há muitos erros. Incorreções de português e mentiras sobre formação e experiência são muito recorrentes”, esclarece ela, que avalia cerca de 15 currículos por dia. Ela orienta quem está em busca de emprego a encarar esse documento como a porta de entrada para concorrer a uma vaga. “É preciso focar e aperfeiçoar essa parte para chegar à entrevista.”

Problema na língua

Os erros de português estão entre os principais fatores de eliminação. A professora da disciplina Tereza Cavalcanti percebe que essa é uma dificuldade muito comum. E não é de se estranhar: afinal, a maior parte dos brasileiros vai mal em avaliações oficiais da disciplina na educação básica. “Há pessoas que aprendem as regras gramaticais corretas, mas não colocam em prática, criando uma distância entre a língua falada e a escrita”, comenta ela, que ministra aulas no Gran Cursos Online. Segundo a professora, a tecnologia acabou ampliando o problema. “Com o universo da internet e dos corretores ortográficos, muitas palavras abreviadas e escritas de forma errada são corrigidas, tirando a atenção das pessoas para o erro”, diz.

“Assim, a correção é ‘terceirizada’ e ninguém aprende com os equívocos”, completa. Formada em letras pela Universidade de Brasília (UnB), Tereza acredita que, apesar de a linguagem informal estar em alta, é necessário que as pessoas atentem à modalidade formal no documento, que funciona como cartão de visita. “A língua culta traz prestígio social e profissional. Em situações formais de provas orais ou redação de currículo, a norma-padrão é importante”, afirma. “É como se fosse um dress code. Assim como você se veste de forma diferente para algumas ocasiões, você adéqua o uso do idioma para certos momentos”, completa.

Para melhorar meu CV

Daiane Rodrigues, 23 anos, procura trabalho desde janeiro deste ano. O último cargo que ocupou foi o de operadora de caixa numa rede de supermercados. Antes, foi atendente de telemarketing e recepcionista. Com ensino médio completo, a jovem tem encontrado dificuldade para se recolocar. “Estou mandando currículo para várias vagas que aparecem ou que amigos me mandam, mas até agora nenhuma empresa me chamou nem para entrevista”, conta. A isca que pode fisgar o interesse dos recrutadores é o currículo. Então, talvez o erro dela esteja no documento. Ela admite que não se empenha muito na construção do currículo.

“Acho que o meu é razoável pela minha experiência e cursos que fiz, mas sei que tem outros melhores”, diz. “Por exemplo, existem pessoas com mais vivência na área que eu, e acho que isso é o que mais pesa”, afirma. “Coloco no documento meus trabalhos passados, oficinas e palestras das quais participei e uma foto 3x4. Nos e-mails, eu costumo escrever algumas coisas como ‘tenho facilidade em aprender, gosto de trabalhar em grupo, etc.”, descreve. No entanto, ela não insere nada que seja específico da empresa para a qual está se candidatando; ou seja, não personaliza o CV para cada vaga: apenas envia um modelo padrão. Isso dificulta que o perfil dela se destaque em meio a outros. “Eu mando o mesmo para todas as oportunidades que aparecem. Acho que posso começar a prestar mais atenção nisso”, relata.


Perfil eliminado

A Catho entrevistou 409 recrutadores para saber quais são os motivos que os levam a descartar um currículo. 
 
Confira os principais:

34% 
Erros de português

24,6% 
Falta de experiência

10,1%
Ausência de bjetivo profissional

9,4%
Candidato mora longe da empresa

9,1%
Apresentação visual

8,9%
Ter mais de uma página

3,9%
 
Outros


A hora do “vamos ver”: a entrevista

Para além do currículo, a gestora de carreira Madalena Feliciano percebe que a maior parte dos concorrentes têm dificuldade na hora de encarar um processo seletivo presencialmente. “O documento mostra informações técnicas, e a entrevista serve para o contratante avaliar o lado pessoal do candidato. Por isso, é preciso tomar cuidado e, assim, mostrar o seu melhor”, aconselha. A falta de preparo para a entrevista está entre um dos principais deslizes, segundo ela. Isso inclui tanto conseguir falar das próprias características, sem afobação ou desespero, mas também sem soberba, quanto conhecer a empresa pretendida.

Formada em administração pelo Instituto Mineiro de Educação Superior (Imes), Madalena acredita que a apresentação pessoal é um componente muito observado pelos contratantes e, infelizmente, muitos candidatos erram nesse quesito. “Começando pela aparência, é importante se adequar à cultura da empresa. Por exemplo, se a vaga é para um trabalho mais informal, não faz sentido ir usando terno. Mas se a oportunidade é em um lugar que exige formalidade, não vale ir de calça jeans e camiseta”, comenta. “A pontualidade também é algo que os recrutadores valorizam bastante, além da segurança e firmeza do candidato”, completa.

Um erro um pouco mais complicado de evitar tem a ver com o nervosismo: controlar o lado emocional é fundamental para não parecer inseguro, gaguejar, tremer ou suar frio durante a conversa. É possível adotar atitudes que podem ajudá-lo a ficar um pouco mais tranquilo: ensaiar uma apresentação pessoal em frente ao espelho ou de alguém de confiança é um exemplo. “Durante a conversa, a pessoa tem que ter muita tranquilidade, segurança e demonstrar interesse no trabalho”, observa o graduado em administração pela UnB Átila Câmara.

Segundo ele, é importante também deixar transparecer vontade de aprender. “Quase sempre, as empresas buscam experiência, mas se a pessoa manifestar, na entrevista, que tem força de vontade e disposição para desenvolver habilidades dentro da organização, ela pode ter uma chance”, esclarece. É recomendado aproveitar esse momento para mostrar as habilidades técnicas e comportamentais que têm. Segundo Átila, os contratantes apostam em pessoas que combinem atributos. “A relação de habilidades, conhecimentos e atitudes chama bastante a atenção dos recrutadores”, declara.

Assim como no currículo, erros de português também podem eliminar candidatos em uma entrevista ou dinâmica de grupo. A professora Tereza Cavalcanti enxerga que o domínio da forma culta do português é um diferencial para quem busca emprego. “A boa oralidade com uso correto da língua e a boa escrita revelam concentração, atenção e raciocínio por parte do candidato, pois ele tem capacidade de trabalhar, se comunicar e sem cometer erros”, explica. Além disso, ela considera que isso traz credibilidade para o profissional. “É como um cartão de visita. Imagine encontrar um profissional que não domina a própria língua. Que tipo de impressão ele passa?”, questiona.

Dificuldade no diálogo

Raul Lima Vieira, 20 anos, cursa o 6º semestre de engenharia civil no Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e está buscando estágio na área. “Mando currículo para todas as vagas que vejo ou me mandam. Fico atento às diversas agências especializadas, como Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), Brasília Estágios, IF (Instituto Fecomércio) e Employer”, comenta. O estudante não costuma obter retorno sobre as oportunidades para as quais se candidata. “Raramente recebo respostas. Chega a ser desanimador continuar tentando”, afirma. O estudante conta como monta o currículo.

“Eu costumo colocar algumas informações que considero básicas. Coisas como nome, idade, endereço, curso que faço, qualificações e conhecimentos sobre programas relevantes na minha área”, declara. Ele procura tomar cuidado com possíveis erros de português no currículo, pois acredita que seja um aspecto importante na hora da avaliação. “A escrita é fundamental e deve estar bem-apresentada em qualquer documento”, diz. Até o momento, Raul foi chamado apenas para duas entrevistas e confessa que fica nervoso durante o processo. “Costumo ficar tenso nesses momentos e acredito que isso pode atrapalhar meu desempenho nos encontros”, esclarece. “Por nervosismo, eu acabo esquecendo algumas coisas que gostaria de falar. Então, não consigo passar todo o conhecimento que tenho para o entrevistador”, comenta.

O filtro de português: a redação

É muito comum que seleções de emprego e estágio tenham, como uma de suas fases, uma redação. O texto serve para medir os conhecimentos linguísticos (garantindo que o futuro funcionário não cometa nenhum erro de português vergonhoso) e a capacidade de articulação. Essa etapa tem se tornado frequente. E não é para menos: o professor de redação Gabriel Remington percebe que “as pessoas têm cada vez mais dificuldade com português”. Então, acaba tornando-se a maneira de separar o joio do trigo. “Podemos concordar que a linguagem falada é a mais importante e a mais fácil.  Desde que a mensagem seja entendida pelo receptor, ela cumpre seu papel. A gramática serve para padronizar a língua e gera mais dificuldade”, afirma ele, que dá aulas no Colégio Marista João Paulo II.

“Durante um processo de contratação, a depender da empresa, coisas que consideramos mínimas podem fazer a diferença. Por exemplo, durante a entrevista ou por escrito, o candidato solta ‘Fazem anos que não trabalho’ (quando o correto seria ‘faz anos que não trabalho’). Isso pode eliminá-lo, pois não demonstra domínio da língua”, alerta o graduado em letras pela Universidade Europeia do Atlântico e pós-graduado em metodologia do ensino da língua portuguesa pela Universidade Estácio de Sá. “Em uma redação, pequenos erros, como os de pontuação, podem acarretar na não contratação do concorrente.” Para quem não aprendeu a dominar o português nos tempos de escola, Gabriel observa que o caminho para melhorar envolve disciplina e insistência para treinar. “A melhor dica é: escreva bastante, peça para outros lerem e indicarem os erros”, observa.

Aprenda

O professor Gabriel Remington elenca os principais erros cometidos e dá dicas e exemplos de como fugir de gafes:

1. Erros ortográficos
Errar a escrita das palavras. Por exemplo, trocar a letra ‘s’ por ‘c’. Para evitar, ler e escrever bastante.

2. Acentuação gráfica
Ocorre quando a pessoa não percebe que a palavra precisa de acento. 

3.Erros de coesão
Quando o texto não tem conexão entre as ideias. É perceptível quando há muita repetição de palavras e ideias. 

4. Erros de pontuação
O caso da vírgula é o principal, pois as pessoas se baseiam no mito da “pausa para respiração”. Dominando o uso da vírgula, é mais fácil aprender os outros.

5. Regência
É o erro mais ligado à linguagem falada. Para evitar, é preciso estudar e treinar, principalmente no dia a dia, conectando escrita e fala.

6. Concordância
Muitas pessoas cometem esse erro, também por causa da fala. Por exemplo, quando não se sabe quando o termo deve estar no plural ou no singular. Mais uma vez, treinamento é a chave para evitar os erros.

A rede de apoio

Um erro fatal que pode minar as chances de conseguir emprego é não saber estabelecer um bom networking. Esse tipo de equívoco pode não ficar claro durante uma seleção, mas faz toda a diferença. Muitas vagas ainda são preenchidas pelo bom e velho QI (quem indica). Várias outras pedem contatos de referência ou recomendações. Ainda existe o fato de várias oportunidades de trabalho nem chegarem a ser divulgadas publicamente: acabam sendo preenchidas por meio de contatos.

Por esses e outros motivos, a gestora de carreira Madalena Feliciano aconselha todos em busca de recolocação a investir fichas nisso. “Mantenha contato com colegas e ex-colegas, procure maneiras de expandir sua rede. É bom estar ativo nas redes sociais de trabalho, como LinkedIn, participar de seminários e feiras para conhecer pessoas que possam te indicar para vagas ou escrever uma recomendação”, diz.

Sem indicação

“Quando vou entregar meu currículo, vejo que observam muito como estou vestida. Aparência é tudo”, diz Silvana Nunes, 23 anos. Ela está desempregada desde os 18 e, mesmo procurando, nunca obteve uma chance. A jovem conta como costuma ser a abordagem quando se candidata a uma posição. “Geralmente, eu entro nas lojas ou mercados e pergunto se estão precisando de gente para trabalhar. Se a resposta for positiva, deixo meu contato”, afirma. “Apesar de não ter muita experiência e conhecimentos técnicos, acredito que meu currículo é completo, coloco todas as informações básicas”, diz.

Ela considera que a grande dificuldade que encontra é a falta de uma rede de conhecidos que possa ajudá-la a arranjar emprego. “Atualmente, para ser contratado em uma empresa é importante se relacionar com pessoas que tenham influência e possam te indicar para o serviço. Tenho dificuldade de achar alguém que possa me colocar dentro da instituição ou me indicar para alguma chance”, afirma. Silvana confessa que sabe da importância de fazer cursos que a capacitem para determinadas oportunidades, mas acabou não conseguindo cuidar disso. “Como estou desempregada, conto com a ajuda da minha família para as despesas. No fim do mês, não sobra dinheiro para eu fazer um curso”, completa.


A (des)atualização

Mesmo seguindo todas as recomendações, pode ser que o emprego não venha ou demore a vir — afinal, o cenário de emprego está de fato complicado. É o que observa o professor de RH Átila Câmara. “Se, por acaso, o candidato não for selecionado logo. Neste momento, é importante não desistir e tentar de novo”, considera. O importante, reforça Madalena, é não desanimar. 

E, enquanto a vaga não aparece, achar soluções alternativas. “É sempre bom ter um plano B. Saber o que é possível fazer com as habilidades e conhecimentos que tem e empreender com eles, pelo menos até conseguir um trabalho fixo”, explica ela. Um caminho que pode facilitar a contratação é a busca por cursos de atualização. Procurar capacitações em outras áreas também é válido para aumentar o leque de opções de contratação.

Falta de certificação

Wellington Alves, 26 anos, está desempregado desde novembro de 2018. Ele afirma que procura emprego em qualquer função em que tenha experiência. “Já trabalhei como ajudante em obras e garçom em diversos bares. Espero conseguir algo nessas áreas ou até em outras, pois preciso trabalhar”, diz. 

O morador de São Sebastião acredita que a grande falha do perfil dele é a falta de capacitações. “Eu nunca fiz nenhum curso que possa acrescentar na minha experiência ou para pôr no currículo. Tudo que sei aprendi na prática, por isso não tenho certificados”, pondera.

Acho que isso pode contar bastante na hora de avaliarem meu perfil”, comenta. Ele chegou a iniciar o curso de administração no Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), mas largou a faculdade por não ter condições de continuar pagando. 

O jovem se inscreveu em alguns cursos gratuitos a distância, mas não os concluiu. “Eu estava sem tempo por causa dos bicos que fazia. Outro problema é que eu não tinha internet em casa. Se fosse presencial eu iria, mas só se fosse em um horário em que eu conseguisse.”
 

Mentira acaba com a reputação

Os riscos de querer “enfeitar” o currículo são grandes. Mesmo que uma farsa não seja descoberta durante o processo seletivo, ela pode ser desmascarada mais à frente, o que pode resultar em demissão. Além, é claro, de o trabalhador sair com a imagem manchada. Apesar dos problemas, levantamento da DNA Outplacement mostrou que 75% dos currículos enviados no Brasil, em 2018, continham informações falsas ou distorcidas. Confira alguns casos célebres de pessoas que foram pegas na mentira:

Joana D’Arc Félix
Graduada, mestre e doutora em química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela mentiu no seu currículo sobre ter feito pós-doutorado na Universidade Harvard e usou diploma falso para confirmar a informação. Professora na Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Corrêa Júnior, em Franca (SP), a professora afirmava ter ingressado no ensino superior aos 14 anos e, depois, reconheceu a inveracidade das informações.

Bel Pesce
A empreendedora ficou conhecida por ter cinco diplomas pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), ter fundado uma empresa e ter ocupado importantes cargos na Google e na Microsoft. Porém, em 2016, descobriu-se que nada disso era verdade. Na Lemon, instituição que ela afirmava ter fundado, Bel era funcionária. O tempo que passou na Google e Microsoft foram estágios de verão com duração de três meses. Bel se formou pelo MIT em engenharia elétrica / ciências da computação e management science — as outras três áreas que estudou eram “minors”, ou seja, ela fez algumas matérias sobre os assuntos, mas não o suficiente para ser graduada nelas. A imagem da jovem ficou manchada depois que as informações vieram à tona.

Dilma Roussef
A ex-presidente colocava no currículo títulos como mestre e doutora em economia pela Unicamp. Porém, por não ter defendido a tese na época em que fez os cursos, não chegou a receber o diploma.

Damares Alves
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, não tem mestrado em educação nem em direito constitucional e direito da família como costumava dizer em discursos. Após ser desmascarada, ela rebateu dizendo que os títulos eram provenientes do ensino bíblico.
 
Wilson Witzel
O governador do Rio de Janeiro mentiu ao informar no Lattes (sistema que reúne informações de pesquisadores de todo o país) que fez parte do doutorado na Universidade Harvard.

Provei que fiz

Deltan Dallagnol
O coordenador da Lava Jato foi acusado de mentir no currículo em relação ao mestrado em direito que afirma ter feito na Universidade Harvard. No entanto, Dallagnol informou que estudou na Harvard Law School e mostrou o número do processo de revalidação pela Universidade Federal do Paraná, provando que fez o curso.

Servidores públicos 

São recorrentes os casos de servidores públicos que são pegos com diplomas falsos. A pena é de dois a seis anos de reclusão e multa. Em junho de 2018, cinco integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foram suspeitos de apresentar certificados falsos de pós-graduação à corporação. Eles podem responder por uso de documento falso, falsificação de documento público e falsidade ideológica, crimes respectivamente previstos nos artigos 304 (pena de dois a seis anos de reclusão), 297 (pena de dois a seis anos de reclusão) e 299 (pena de um a cinco anos de reclusão) do Código Penal.

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