Negócios em família: como prosperar?
Unir família e negócios, ao contrário do que muitos dizem, pode funcionar sim.
Dia 15 de maio comemora-se o Dia Internacional da Família e, tendo isso em mente, escolhemos um assunto polêmico que envolve os entes queridos: os negócios e a família.
No Brasil, cerca de 90% das empresas são formadas por membros da mesma família, porém, apenas 15% destas famílias conseguem passar o patrimônio para a terceira geração. “Trabalhar com pessoas com as quais existe uma ligação afetiva nem sempre é fácil. O problema acontece porque muitos acreditam que para criar uma empresa é preciso somente um contrato social, verbal e informal – e isso é um erro comum”, comenta Madalena Feliciano, diretora de projetos da empresa Outliers Careers.
A especialista comenta que uma das maiores preocupações é manter a família em entendimento durante todo o processo. “Quando as duas instituições se misturam, é de se esperar que, mais cedo ou mais tarde, crises ocorram. Se ambas já são complexas em si, imagine quando unidas. É preciso saber separar as crises de família com as crises de negócio, e muitas vezes é difícil lidar com isso quando elas estão tão ligadas entre si”, explica.
Para evitar conflitos e possíveis problemas que possam surgir a partir de pequenas brigas, o ideal é criar um conselho de família, para que as decisões sejam tomadas por meio de um acordo familiar. Quando essa estrutura é bem conduzida ela auxilia a minimizar os conflitos, porém, a sua ausência fará com que eles surjam com muito mais frequência e rapidez.
Outro ponto importante é escolher quem atua diretamente dentro da empresa. “É preciso que o profissional comprove sua competência na gestão, e não apenas assuma o cargo por ser da família ou um ‘velho amigo’. Se a família possui um colaborador altamente competente, ele pode ser elegível pelo conselho para ocupar o cargo, sendo ou não da família – antes de tudo é preciso que ele seja competente e confiável, para depois levar em consideração seu sobrenome”, ressalta Madalena.
Muitas vezes a competência do profissional é deixada de lado e os donos da empresa escolhem por colocar seus filhos ou familiares, ainda inexperientes e pouco motivados, em posições de destaque na empresa. “Isso pode fazer com que os funcionários com mais tempo de casa sintam-se frustrados, pois eles já trouxeram bons resultados ao negócio, e isso não é algo bom para a empresa, pois ela precisará, cedo ou tarde, de colaboradores ‘de fora’ e competentes”, exalta.
Para que o negócio obtenha sucesso é preciso que os sócios tenham confiança entre si e tomem cuidado com a sucessão da empresa, que deve ser planejada com antecedência e cuidado. “Uma instituição não é apenas uma questão de herança, mas sim de competência: é preciso que o sucessor passe a confiança de que irá manter o negócio funcionando”, comenta.
O escritor Peter Drucker já dizia que “a empresa e a família somente sobreviverão e se sairão bem, se a família servir à empresa e não o contrário”, e isso fica ainda mais claro com o passar do tempo e as dicas propostas pela especialista: é preciso saber separar as duas instituições e definir as prioridades de cada uma delas.
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