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Pandemia põe à prova fragilidade da saúde mental dos jovens

Motivo de atenção e muito cuidado, adolescência pode ser período ainda mais conturbado na pandemia. Veja o que dizem duas especialistas

A adolescência é um dos períodos mais complexos da vida de uma pessoa. Essa fase inicia nos 10 anos de idade e segue até os 19. São longos anos de intensa mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Marcada pela dificuldade de se posicionar, pois o adolescente ainda não é adulto, mas também já deixou de ser criança, esse período pode ser muito delicado, principalmente no que se refere à saúde mental dos jovens.

“Na adolescência os jovens são expostos a diversos fatores que podem desencadear problemas na saúde mental. A indução de más companhias às drogas, os conflitos familiares, problemas de relacionamento, os padrões de beleza e de comportamento e, com isso, as pressões sociais, a juventude adquire, desse modo, muitas chances de desenvolver problemas psicológicos”, afirma a coach, gestora de carreiras e hipnóloga Madalena Feliciano.

Se essa fase naturalmente já era difícil, que dirá em meio a uma longa pandemia jamais imaginada pela maioria de nós. Segundo Adriana Drulla, Mestre em Psicologia Positiva, realmente o confinamento abalou a saúde mental de jovens e adultos. Ela também destaca que os jovens têm uma maior necessidade de conexão social. “A adolescência é uma fase de descoberta de si mesmo e de formação da identidade, e para isso o grupo é muito importante”.
Saúde mental dos jovens x exposição nas redes sociais

De acordo com Madalena, quando atingem determinada idade, os adolescentes começam a desejar uma maior autonomia cedida pelos pais. Seja com emprego ou com a falta dele, os jovens, nesse período, se deparam com uma “introdução” da vida adulta, por isso, lidar com todas as responsabilidades que essa idade traz, pode ser difícil.

Além dos problemas que são inerentes à fase, a juventude do século XXI já nasceu com o celular na mão e com os olhos vidrados na televisão. Pela constante presença das mídias na vida dos adolescentes, grandes expectativas de crescimento são lançadas sobre a juventude. Esse desenfreado uso da internet e alta exposição nas redes sociais, alinhado à pouca atenção que os pais têm com os filhos nessa idade, por os considerarem “pequenos adultos”, causa problemas seríssimos, como depressão e transtornos de ansiedade.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, um a cada três adolescentes entre 13 e 18 anos passarão por uma crise de ansiedade ao menos uma vez na vida. Segundo a Organização Pan Americana de Saúde, o suicídio é classificado a terceira causa mais comum de morte entre os jovens de 15 a 19 anos. Com isso em vista, cuidar da saúde mental dos jovens se tornou não mais um mero fator a ser considerado, mas uma necessidade. O assunto é urgente e extremamente necessário.
Saúde mental dos jovens: mais chances de transtornos

“Por serem mais sensíveis a problemas emocionais e da psique, os jovens adquirem grandes chances de desenvolverem transtornos mentais que, se não tratados, podem ser presentes em toda a sua vida”, ressalta. Por isso, a prevenção e o cuidado são muito importantes nessa fase. Aos pais, cabe uma atenção ainda mais intensa nas atitudes e modos de comportamento de cada filho, principalmente nessa idade.

Identificar cedo os sintomas de transtornos mentais nos jovens é muito importante. Entre os sintomas mais comuns estão a queda brusca do desempenho escolar, ansiedade, insônia, agressividade sem causa aparente e tristeza constante, ou humor deprimido. “Caso ele apresente esses sintomas, é imprescindível o tratamento com um profissional capacitado. Cuidar dos nossos jovens é cuidar do nosso futuro. A saúde mental deles não é ‘frescura’, é uma preocupação crucial para uma existência saudável e ter uma boa qualidade de vida”, finaliza Madalena.

Desafio da ressocialização de adolescentes e jovens

Segundo Adriana, muitos pais estão compartilhando o mesmo desafio, o excesso de isolamento social tem feito com os filhos não tenham mais vontade de sair de casa e de se relacionar com amigos, parentes ou colegas de escola. Segundo especialistas, realmente o prejuízo é enorme agora e para o futuro de jovens que completaram 15, 16, 17 anos fechados em casa.

Mas no contexto de pandemia, de que forma os pais podem ajudar os adolescentes a manter relações saudáveis, sobretudo para a retomada das aulas e convívio com os colegas? S recomendação para os pais é que acompanhem e orientem seus filhos da melhor forma.


“Primeiro, aceitando e ajudando a validar o sentimento do jovem que sofre ou que está mais calado. É importante que ele se sinta ouvido e compreendido. E a partir desse lugar de vínculo e apoio entenderem juntos, pais e filhos, se existe alguma atitude possível para acalmar esse desconforto”, recomenda.

Se a criança se sente isolada do grupo, será que é possível que ela veja uma amiga apenas, claro tomando todo o cuidado, ou então, se não for, será que é possível marcar conversas de vídeo? E quando não for possível tomar atitude alguma, então como é que a gente pode se preparar para lidar com essa ansiedade que vai surgir? Fazer um plano nesse sentido pode incluir exercício físico por exemplo”, diz Adriana.

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