A adrenalina sobe, o ritmo da respiração aumenta e o sangue flui para os membros inferiores. Sim, mais sangue nas pernas e menos no cérebro, justamente no momento em que você mais precisa dele.
Este cenário é uma amostra do que acontece no corpo de quem tem medo de falar em público e está prestes a fazer uma apresentação. E não são poucos os profissionais que sofrem ao encarar uma plateia.
E quem passa por este turbilhão físico antes de uma apresentação sabe que é inevitável a perda de foco: a atenção volta-se menos para a mensagem que será transmitida e mais para a necessidade de se acalmar.
Nesse ponto, o temido “branco” é um companheiro indesejável, porém, frequente. “A pessoa entra em transe, não é apenas esquecer o que vai falar, é se desconectar da audiência ‘ensimesmar-se’, perder a conexão”.
Entregar-se a estas reações é sinônimo de catástrofe na apresentação. “O apresentador, nestas condições, perde a história que deveria transmitir e a conexão com a audiência, que é o que dá a ele os sinais para reajustar o discurso, a voz, o ritmo da fala. Isso tudo só é possível fazer quando se está conectado à plateia”.
Por mais que você tente disfarçar, o nervosismo fica evidente para o público. “Os sinais não verbais comunicam e acusam o que a comunicação verbal quer disfarçar, o que pode desengajar a audiência”.
“Para a audiência você não é o que é e, sim, o que aparenta ser”. Mas como superar o medo de falar em público e fugir do fracasso anunciado? Três atitudes são essenciais. Confira quais:
1ª Regra: Encare a apresentação/discurso como uma oportunidade
“Quando a pessoa se força a conscientemente encarar a apresentação como uma oportunidade, há a quebra deste modelo de pensamento em que falar em público é uma ameaça”.
A melhor forma de vencer o nervosismo negativo é estimular pensamentos e imagens mentais positivas. “Para cada pensamento negativo, é preciso criar cinco positivos”.
Ao sintonizar a atenção ao eventual sucesso resultante daquela oportunidade, o corpo recebe a situação de outra forma. “A postura é outra e desperta outros tipos de reação”.
Motivação, euforia, animação e contentamento são alguns dos sentimentos estimulados por esta mudança de atitude e resultam em mais foco na mensagem da apresentação.
2ª Regra: Treine, treine e treine mais um pouco
Quem sabe tudo a respeito do conteúdo da apresentação não teme. Por isso, dominar o conteúdo, conhecer todo o roteiro e as informações de cada slide são ações fundamentais para se sair bem na hora H.
As sensações do apresentador que faz o dever de casa são a de dever cumprido e de controle total.
Mas lembre-se, o primeiro passo de uma apresentação é ter um bom conteúdo a transmitir. “Não adianta estar bem treinado se não tem história. Ela precisa ter começo, meio e fim e servir a um objetivo bem claro. Quando a pessoa sabe que tem em mãos um bom material, já fica mais confiante também”.
3ª Regra: Respire devagar
O medo altera o ritmo respiratório, e é importante reverter este quadro para não sofrer consequências nefastas da falta de ar. “A respiração fica mais rasa e o cérebro, menos oxigenado, tem lapsos e entra e transe”.
Minutos antes da apresentação, o ideal é respirar fundo e devagar. Mais oxigenado o cérebro tem mais poder de concentração. Durante a exposição, a respiração deve continuar no ritmo tranquilo.
Pequenas pausas no discurso são indicadas. De um a dois segundos de parada fazem muita diferença. “Assim evita-se o uso de palavras vazias, como o ‘né’, ‘bom’, ‘então’, diminui o ritmo para quem tem o hábito da falar rápido, transmite segurança e coragem”.
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