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Vladmir Maganhoto, presidente da Royal Canin, explica como a empresa duplicou sua produção em 2015

Vladmir Maganhoto, presidente da Royal Canin, fabricante de alimentos premium para animais, está à frente de uma companhia que continua em crescimento

Para Vladmir Maganhoto, presidente da Royal Canin, se o seu trabalho está alinhado à sua vocação, a possibilidade de retorno é maior | <i>Crédito: Paulo Santos
Para Vladmir Maganhoto, presidente da Royal Canin, se o seu trabalho está alinhado à sua vocação, a possibilidade de retorno é maior | Crédito: Paulo Santos
Em 2013, Vladmir Maganhoto, de 45 anos, assumiu a presidência da Royal Canin no Brasil – e se tornou o primeiro brasileiro, em 25 anos de companhia, a se sentar nessa cadeira. Hoje, ele lidera um time local de, em média, 300 funcionários e se divide entre o escritório da marca localizado no bairro da Vila Olímpia, na capital paulista, e a fábrica de Descalvado, no interior de São Paulo, responsável por produzir os rótulos da empresa para Brasil, Chile e Argentina. Imune à crise, a Royal Canin, que faz parte do grupo americano Mars, duplicou sua capacidade de produção no ano passado. Pai de dois filhos e de dois pointers-ingleses, Vlad, como é conhecido pelos corredores na empresa, conversou com a VOCÊ S/A sobre sua carreira e os negócios da companhia. 


VOCÊ S/A - O mercado pet teve um crescimento 7,8% em 2015, de acordo com Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Por que o setor está em ascensão? 
Vladmir - Há alguns fatores que explicam isso. O Brasil tem a segunda maior população de cães do mundo e a terceira maior de gatos. E ainda temos um problema de conversão calórica, que é a divisão entre a tonelagem de ração produzida pela indústria e a população de animais no país. Os números mostram que 65% dos cachorros e 35% dos gatos não comem alimentos industrializados – isso dá uma margem enorme de crescimento. 

VOCÊ S/A - Isso é bom para a Royal Canin? 
Vladmir - Para nós, nem tanto. Os consumidores da marca já são aqueles que compreendem que o animal, com um alimento de qualidade, vive mais e melhor. Não somos a porta de entrada para quem está na transição do alimento caseiro para o industrializado. Para nós, o que ajuda é a essencialidade dos animais de estimação para as pessoas – eles são parte da família. E você quer sempre oferecer o melhor para a sua família. Temos essa excelência porque somos uma empresa de nutrientes, não de ingredientes, e queremos encontrar o balanço nutricional ideal para cada tipo de animal. Para produzir os produtos, chegamos no nível do aminoácido, da vitamina, do antioxidante. 

VOCÊ S/A - Você é o primeiro brasileiro a assumir a presidência da empresa. Como é a sua relação com os franceses da Royal Canin e os americanos da Mars? 
Vladmir - Em 25 anos da companhia no país, sou apenas o terceiro presidente – assumi em 2013.Os franceses e americanos não são tão diferentes assim. Acho que isso acontece na empresa porque o processo decisório e a cultura são muito alinhadas aos valores da Mars. Quando a família Mars comprou a Royal Canin, que antes era uma investida do banco BNP Paribas, fez essa integração de cultura e todos trabalhamos de acordo com cinco princípios: qualidade, eficiência, responsabilidade, liberdade e mutualidade. Isso facilita a tomada de decisão de todo mundo. 

VOCÊ S/A - Sua carreira contou com 13 anos na Pepsico. Por que mudou de empresa? 
Vladmir - Foi uma decisão pessoal. Achei que já tinha esgotado o ciclo de aprendizado lá dentro e surgiu o convite da Royal Canin. Noto, hoje, que há uma diferença essencial entre as duas empresas. A Mars consegue ter um equilíbrio muito om entre o curto e o longo prazo, entre o tático-operacional e o estratégico. É algo difícil de alcançar, mas quando você consegue, navega muito bem. E uma das coisas em que somos diferentes da maioria das empresas é que pessoas e negócios têm o mesmo peso – e, em alguns momentos, gente tem um peso relativo até maior. 

VOCÊ S/A - Se pudesse dar um conselho para você mesmo quando estava entrando no mercado de trabalho, qual seria? 
Vladmir - Primeiro, que formação acadêmica é importante, sim. Segundo, que é preciso encontrar rapidamente qual é o seu dom, a sua vocação porque, se o seu trabalho está alinhado a isso, a possibilidade de você ser feliz é muito maior. E, terceiro, que é importantíssimo planejar a sua carreira: ter objetivos concretos e audaciosos não é nem um pouco ruim, eles ajudam no seu crescimento. 


Esta matéria foi publicada originalmente na edição 217 da revista Você S/A e pode conter informações desatualizadas

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