"Gastar menos" é uma solução óbvia para quem quer se livrar das dívidas, mas o desafio vai além disso. Veja 10 dicas de especialistas em finanças pessoais
Por Anna Carolina Rodrigues
SÃO
PAULO -- O final de ano é uma hora feliz, de celebração, mas que pode
significar aumento das dívidas para os compradores impulsivos e muita
dor de cabeça no ano que vem. Ter controle sobre o próprio dinheiro
funciona como dieta e controle da saúde: exige mudanças de
comportamento. Conversamos com especialistas em planejamento financeiro e
finanças pessoais para saber quais as melhores práticas comportamentais
e mudanças de atitude que as pessoas que querem passar da dívida para o
investimento devem seguir e quem vão além do "gastar menos". Se não for
possível começar o próximo ano no azul, ao menos pense em terminá-lo
dessa forma. Já pensou em não ter de usar o 13º salário para quitar
dívidas? Veja as recomendações a seguir:
1.Não gaste mais do que ganha
A
dica parece óbvia, mas tem muita gente que não a segue, principalmente
por superestimar os ganhos e subestimar os gastos. Sua renda é o seu
salário menos os descontos (vale-transporte, plano de saúde, INSS,
Imposto de Renda, dentre outros)
2.Cuidado com as despesas fixas
É
preciso ter atenção com os pequenos gastos, que muitas vezes acabam
passando despercebidos no orçamento, mas as despesas fixas são as que
têm um peso maior. Especialistas recomendam que o valor delas não seja
maior do que o equivalente a 50% da renda.
3.Evite compras por impulso
É
preciso ter atenção e força de vontade em relação a promoções e ofertas
que parecem imperdíveis. Pondere se o gasto realmente vale à pena e é
realmente necessária no momento. A resposta provavelmente será não.
4.Congele ferramentas de crédito
Muita
gente não tem noção do que é taxa de juros e em vez de ver o valor
total de uma dívida de cartão de crédito, olha apenas o valor as
parcelas mínimas. Não use o cheque especial como complemento do salário.
Ambas as atitudes são erradas, pois podem fazer com que a dívida
aumente de maneira bizarra em pouco tempo. Cartões de crédito, cheque
especial, cartão de lojas e outras ferramentas de crédito fácil devem
ser prioritariamente esquecidas de sua vida; evite mesmo em caso de
emergência, pois, caso não consiga pagar esses valores, os juros serão
exorbitantes, criando um caminho de difícil volta.
5.Faça uma faxina financeira
Pergunte-se
o que realmente é prioridade para a sua vida? Pense muito bem nessa
questão, pois chegou a hora de cortar muitos gastos que não agregam à
vida. Gastos que devem ser repensados são TV a cabo, celulares e
smartphones, baladas e ida a restaurantes, água e energia e outros
pequenos gastos. Priorize o que é realmente é fundamental nesse período.
6.Adapte o padrão de vida
Se
o valor das despesas fixas passam sempre dessa recomendação, é preciso
reavaliar os gastos e se readequar ao padrão de vida. Um gasto que
costuma ser alto é a alimentação fora de casa. Levar comida de cada para
o trabalho pode gerar uma economia significativa. Mas isso não
significa nunca mais comer fora de casa, mas em vez de comer todo dia,
comer menos vezes na semana.
7.Seja paciente e persistente
Acredita-se
que três meses seguindo os passos do quadro da pág. XX e mantendo o
controle dos gastos, será possível ter noção de como se gasta o dinheiro
e até começar a juntar parte da renda para investir. Claro que esse
tempo pode variar de acordo com a dimensão da dívida de cada um.
8.Proteja-se
A
primeira coisa a se fazer com o dinheiro que começa a sobrar é criar
uma reserva para possíveis emergências com um acidente ou uma demissão.
Segundo o Serasa, 48,2% dos brasileiros que procuraram a empresa
admitiram terem ficado com o nome sujo após perderem seus empregos. O
valor economizado deve ser suficiente para se manter por no mínimo 6
meses. Para isso, deve-se buscar investimentos de baixo risco e alta
liquidez, como poupança, tesouro direto,fundos DI, CDB e renda fixa. Em
seguida, crie um plano de aposentadoria, investindo num plano de
previdência, por exemplo, ou em um título do tesouro direto de longo
prazo e até imóveis.
9.Não confunda ter dinheiro com ostentação
Muitos
associam riqueza a gastos excessivos. Rica é a pessoa que tem muito
dinheiro e não a que gasta muito. Procure consumir de maneira coerente
com o seu padrão de renda para não gastar em excesso e conseguir
acumular renda. Quando o consumo é feito de forma pensada, com o que faz
sentido para o seu perfil e que traga retorno, é possível fazer o
dinheiro render mais.
10.Tenha bom senso
Existem
diversas tendências para garantir uma vida financeira saudável, mas é
importante fazer uma reflexão e buscar auto-conhecimento para encontrar o
caminho, estratégia e investimentos que façam mais sentido para você.
Fontes:
Fabio Sousa, sócio-diretor da FTN Consultoria e autor do livro “Como
Passar de Devedor Para Investidor - Um Guia de Finanças Pessoais”,
Cengage Learning, 28,90 reais), Thiago Alvarez, CEO do GuiaBolso,
planejador financeiro Valter Police Jr.
>>Esta matéria é um complemento da edição 210 da Você S/A, publicada em dezembro de 2015. Leia também a edição especial da Você S/A "Organize Suas Contas", já nas bancas
Comentários
Postar um comentário