Pular para o conteúdo principal

Como um brasileiro inexperiente conseguiu emprego em Wall Street

O estudante Matheus Simões conta como seu colega Tiago Saito conseguiu um emprego em Wall Street logo depois de fazer MBA nos Estados Unidos

Conseguir um emprego em Wall Street é tão difícil quanto escalar o Everest. Conseguir um emprego em Wall Street sendo um brasileiro sem background no mercado financeiro é como escalar o Everest de olhos vendados e pés descalços.
Foi essa escalada e chegada ao cume que eu tive a honra de presenciar como colega do Tiago em Cornell. Sem querer, ele me ensinou muito sobre sucesso e sobre o diferencial do brasileiro: a capacidade de usar as adversidades como combustível.
Já nas primeiras semanas do MBA, enquanto os alunos estavam conhecendo os novos colegas, fazendo novas amizades e explorando a cidade, Tiago estava quase tendo um surto psicótico. Sempre com o semblante preocupado, em todas as conversas falava que estava em dívida com as suas obrigações acadêmicas e o quanto o sonho dele de conseguir um emprego em Wall Street seria difícil. Ele se preocupava mais, estudava mais e dormia menos que todos os outros.
Eu, no meu paraíso de confiança, achava que ele estava pegando pesado demais. Dizia para ele que esse grau de preocupação não era saudável. Minhas palavras entravam por um ouvido e saíam pelo outro. Tiago passava os finais de semana estudando contabilidade, pesquisando sobre o mercado financeiro, afogado em números.
Quando começou a temporada de recrutamento, Tiago dirigia 4 horas até NY todo final de semana para conversar com os recrutadores dos bancos. Na viagem, ia espremido em um carro alugado com outros colegas. Ao invés de ouvirem música, os quatro iam se fazendo perguntas sobre os bancos e sobre finanças. Em NY, dormiam na mesma cama para economizar.
Depois de 4 meses sem final de semana, sem descanso e sem sorrisos, Tiago venceu. Recebeu uma oferta de um dos maiores bancos do mundo. Na sua paranoia realista, simplesmente saber da dificuldade de alcançar seu sonho fez com que ele se preparasse mais do que qualquer um. Foi por isso que ele venceu.
Durante esses 4 meses, além de aluno de Cornell, Tiago foi meu professor. Me ensinou o valor da dedicação, o valor do trabalho, o diferencial do brasileiro. O poder de usar as adversidades como combustível. O Brasil é feito de Tiagos. De pessoas que aceitam que o mundo não é um lugar justo e usam isso como motivação para trabalhar, estudar e suar mais do que todos os outros.
Espero que história do Tiago te ajude a conquistar os seus próprios objetivos; a lembrar que nenhum problema, obstáculo ou dificuldade é mais forte que a perseverança, a dedicação e o trabalho duro. É por isso que, para mim, o melhor do Brasil são os Tiagos. #sejamaistiago
Matheus Simões Pires é empreendedor em Design de Produto pela UFRGS, aluno no MBA da Cornell University. Com 21 anos fundou a Mutta Shoes, empresa de calçados masculinos focada no mercado exterior. Matheus é palestrante, maratonista, músico e apaixonado por desenvolvimento pessoal e excelência profissional. Acompanhe seu Instagram.
Seu amigo Tiago Saito disponibilizou seu e-mail para jovens que têm o sonho de, como ele, conseguir um emprego em Wall Street. Entre em contato com o Tiago aqui.
*Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trabalho em equipe estimula a produtividade

Parece que fica sempre muito complicado vencer as resistências, que incluem desmotivação, falta de liderança, rotinas, desconfiança e sistematização de normas que restringem a criatividade. A c omunicação deficiente e ineficaz costuma ser o maior e mais forte dos impedimentos. Os estilos pessoais e modelos mentais diversos criam, algumas vezes, impedimentos para os bons resultados esperados pela equipe. Quando não acontece a boa comunicação, as potencialidades de cada um são empobrecidas. Com um olhar especial, essa diversidade pode ser o que garante à equipe uma visão mais rica e eficaz. É nessa diversidade que as equipes se enriquecem. Um bom líder sabe observar as diferenças e utilizar as visões para fortalecer o potencial do time. Ele utiliza cada parte em benefício do todo. Dentro de uma equipe, alguns gostam de ler, pesquisar; outros têm muitas ideias; outros preferem ir diretamente à ação; alguns planejam antes de agir enquanto outros se divertem com a experimentação. H...

O mercado de trabalho e a sociedade atual

O trabalho existe desde a antiguidade onde as pessoas trabalhavam para sobreviver, a necessidade de comer, de ter onde dormir era o que determinava a necessidade de trabalhar. Hoje em dia graças a  evolução humana e tecnológica, as características do trabalho mudou,assim como a visão do empregador e as chances de quem está a procura de um trabalho. As pessoas atualmente têm melhores e maiores chances de encontrar um bom trabalho, diferentemente de antigamente onde não existiam muitas opções. Hoje temos um mercado de trabalho altamente competitivo e que busca não somente por um funcionário e sim por pessoas que estejam realmente dispostas a aprender,a crescer e a se qualificar. A sociedade atual busca por pessoas pró-ativas, que tenham boa vontade, disponibilidade e queiram de fato um bom trabalho. Os funcionários que se sobressaem hoje no mercado de trabalho são aqueles que querem trabalhar e não apenas aqueles que precisam,quem somente precisa estaciona. Pará no tempo, se cont...

Somos a geração da exaustão: A tecnologia faz ou não trabalharmos mais?

Vivemos em uma era de avanços tecnológicos sem precedentes, onde a conectividade é onipresente. A tecnologia trouxe inúmeras facilidades e oportunidades, mas também trouxe consigo desafios significativos para a saúde mental e a qualidade de vida. O crescente uso de telas e a pressão para estar constantemente conectado têm contribuído para o surgimento de uma nova forma de esgotamento: o burnout digital. A terapeuta, gestora de carreira e CEO, Madalena Feliciano, comenta que a tecnologia, por um lado, prometeu simplificar nossas vidas e aumentar nossa produtividade. No entanto, paradoxalmente, muitos de nós nos encontramos trabalhando mais horas e enfrentando uma sobrecarga constante de informações. A linha entre trabalho e vida pessoal tornou-se cada vez mais tênue, com e-mails, mensagens e notificações invadindo nossa privacidade e tempo de descanso. O resultado desse estilo de vida superconectado é uma exaustão crônica, tanto física quanto mental. A pressão para responder instantane...