Pular para o conteúdo principal

Novo papel dos empreendedores

É preciso entender que um empreendedor não nasce da noite para o dia

Por Eliana Dutra*
Planejando: é preciso desenvolver um plano de negócio que inclua uma visão de longo prazo | <i>Crédito: Pexels
Planejando: é preciso desenvolver um plano de negócio que inclua uma visão de longo prazo | Crédito: Pexels
Que em épocas de crise ou instabilidade econômica o mercado de empreendedorismo ganha força já foi mais que comprovado. Segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, patrocinada no Brasil pelo Sebrae, a taxa de empreendedorismo no Brasil em 2015 atingiu a melhor pontuação dos últimos 14 anos, algo cerca de 39,3%. Além disso, o país está à frente de países como EUA, México, Alemanha e daqueles que compõem o Brics. 

Movimento esse que vem acontecendo nos mais variados níveis. A quantidade de executivos que têm o objetivo de se tornarem “donos do próprio nariz”, por exemplo, cresceu consideravelmente assim como as dúvidas e inseguranças de lidarem com essa nova realidade.

Primeiro é preciso entender que um empreendedor não nasce da noite para o dia. E se nasce, estará correndo sérios riscos de morrer nos primeiros meses de vida, pois não se consegue chegar a lugar algum sem planejamento, sem organização. Para isso, é preciso desenvolver um plano de negócio que inclua uma visão de longo prazo, a missão, os valores e fundamental um fluxo de caixa, pois é muito provável que não haja lucro no início. 

Somado a isso é necessária também um apoio familiar, principalmente se o executivo ou executiva é casado/a e tem filhos, ninguém quer ter de enfrentar os novos desafios de um negócio somado ao estresse familiar de um conjuge insatisfeito. Sim, a lista de tarefas é grande, mas não é impossível. E com a ajuda de um coach, por exemplo, essa nova empreitada pode se tornar um pouco menos estressante, já que ele ajudará o novo empreendedor a refletir sobre o que almeja, quais são os objetivos, as metas, como alcançá-los etc. Enfim, “arrumar a casa” para que o negócio seja colocado em prática de forma eficiente e lucrativa. Elemento importantíssimo, já que mais da metade das empresas brasileiras fecha as portas após quatro anos de atividade, segundo pesquisa do IBGE.

Além disso, é importante tomar cuidado com outro vilão para a saúde dos novos empreendimentos: os vícios trazidos do antigo emprego. Afinal, você será o chefe de si mesmo tanto a nível operacional, principalmente nos primeiros anos, como também será o responsável por traçar a estratégia do negócio. É aqui que muitos se perdem, já que é uma posição solitária. Um recurso útil é você fazer um papel duplo, ou seja, em uma parte do dia como o CEO, se perguntando: se eu tivesse uma equipe o que solicitaria dela? O que pediria para priorizarem? E no segundo momento: como funcionário, qual a melhor forma de fazer isto? Enfim, é um trabalho de reflexão constante, muito trabalho duro, e, principalmente, de estar aberto às mudanças que virão e a esse novo papel. 

* Este artigo é de autoria de Eliana Dutra (CEO da Pro-Fit) e não representa necessariamente a opinião da revista

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trabalho em equipe estimula a produtividade

Parece que fica sempre muito complicado vencer as resistências, que incluem desmotivação, falta de liderança, rotinas, desconfiança e sistematização de normas que restringem a criatividade. A c omunicação deficiente e ineficaz costuma ser o maior e mais forte dos impedimentos. Os estilos pessoais e modelos mentais diversos criam, algumas vezes, impedimentos para os bons resultados esperados pela equipe. Quando não acontece a boa comunicação, as potencialidades de cada um são empobrecidas. Com um olhar especial, essa diversidade pode ser o que garante à equipe uma visão mais rica e eficaz. É nessa diversidade que as equipes se enriquecem. Um bom líder sabe observar as diferenças e utilizar as visões para fortalecer o potencial do time. Ele utiliza cada parte em benefício do todo. Dentro de uma equipe, alguns gostam de ler, pesquisar; outros têm muitas ideias; outros preferem ir diretamente à ação; alguns planejam antes de agir enquanto outros se divertem com a experimentação. H...

Somos a geração da exaustão: A tecnologia faz ou não trabalharmos mais?

Vivemos em uma era de avanços tecnológicos sem precedentes, onde a conectividade é onipresente. A tecnologia trouxe inúmeras facilidades e oportunidades, mas também trouxe consigo desafios significativos para a saúde mental e a qualidade de vida. O crescente uso de telas e a pressão para estar constantemente conectado têm contribuído para o surgimento de uma nova forma de esgotamento: o burnout digital. A terapeuta, gestora de carreira e CEO, Madalena Feliciano, comenta que a tecnologia, por um lado, prometeu simplificar nossas vidas e aumentar nossa produtividade. No entanto, paradoxalmente, muitos de nós nos encontramos trabalhando mais horas e enfrentando uma sobrecarga constante de informações. A linha entre trabalho e vida pessoal tornou-se cada vez mais tênue, com e-mails, mensagens e notificações invadindo nossa privacidade e tempo de descanso. O resultado desse estilo de vida superconectado é uma exaustão crônica, tanto física quanto mental. A pressão para responder instantane...

Fuja das gafes no trabalho. Confira as dicas!

Comentários na hora errada, confundir o nome das pessoas… Todos já passaram por isso, mas como evitar que as gafes se repitam no ambiente de trabalho? A partir de o momento em que as pessoas vivem em sociedade e trabalham em uma empresa rodeada de outros profissionais, elas já estão predispostas a cometer “gafes/micos” ou a serem colocadas em “saias justas”, por culpa de si mesmas ou dos colegas. Porém, para não deixar que essas pequenas questões do cotidiano atrapalhem na carreira profissional, é preciso saber tirar de letra algumas atitudes. O primeiro passo para evitar as possíveis gafes é observar o ambiente de trabalho. Um dos principais motivos para que a pessoa cometa uma gafe é não prestar atenção a sua volta. Quando ela começa a perceber as coisas a sua volta começa a pensar mais antes de falar, assim como antes de tomar quaisquer atitudes. Outro ponto importante para evitar gafes é conhecer a cultura da empresa a qual trabalha – isso significa saber o tipo adequado de roupa p...