Autor do livro "Solução Gradual" diz que tomar decisões de forma mais lenta é a melhor saída
Por Bárbara Nor
Em
Solução Gradual, o autor Carl Honoré defende que devemos aprender a
encontrar respostas de forma mais lenta e fugir das soluções rápidas,
que, no fim, acabam só por tapar o sol com a peneira.
Como lidar com a ansiedade e a pressão do ambiente corporativo que pede soluções imediatas para os problemas?
Um
jeito é falar com pessoas que enfrentaram problemas parecidos no
passado. Outra maneira é ter um diálogo aberto com todos os envolvidos
desde o começo. Muito frequentemente as empresas tentam apagar incêndios
sem perguntar o que os causou. Se você envolve todos desde o começo, a
pressão para ir muito rápido é reduzida.
Pessoas
ambivalentes, que tendem a se sentir divididas entre opiniões e
possíveis decisões, podem ter uma vantagem nesse sentido?
Elas
são úteis em um time, pois agem como freio, filtro e balizador para
colegas que são mais inclinados a decidir e agir rapidamente. Pessoas
que sempre veem todos os lados de uma discussão precisam ser
redefinidas: em vez de serem taxadas como indecisas de mente fraca, elas
são profundas pensadoras que mantêm as coisas em perspectiva e ajudam a
nos proteger de decisões mal pensadas.
Como um líder pode incentivar a busca por uma decisão mais lenta?
Os
melhores líderes não precisam de respostas instantâneas para tudo para
poder inspirar. Eles pedem opiniões e reconhecem que o mundo é muitas
vezes complexo e ambíguo. Os gerentes mais eficientes do Google, por
exemplo, foram também os que admitiam que não tinham todas as respostas
em uma pesquisa feita pela empresa.
No
Brasil, enfrentamos uma crise que tem levado a atitudes mais drásticas
de alguns setores. Quais são os problemas de um cenário desses?
Os
perigos são claros. Se o Brasil não tomar o tempo adequado para trazer
uma solução que aja desde a raiz da questão, outra crise futura será
inevitável – e será bem pior quando chegar. Um problema demanda energia e
tempo. Uma sociedade impaciente tem o instinto de enterrar a cabeça na
areia e fingir que o problema não está lá.
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 213 da revista Você S/A com o título "Pense Lentamente"
Você S/A | Edição 213 | Abril de 2016
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